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CONFIABILIDADE PALPATÓRIA
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dango- Mensagens : 23
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CONFIABILIDADE PALPATÓRIA :: Comentários
Olá Dan,
Lembro muito bem de uma conversa que tivemos um dia sobre a confiabilidade palpatória. Interessante esse text do Paul Ingraham que, como sempre, nos levanta questões polêmicas.
Acredito que não haja um consenso sobre a confiabilidade intra e inter examinadores pois os resultados de diversos estudos não são conclusivos. Muitos desses trabalhos envolvem as técnicas osteopáticas visto que uma parte do seu diagnóstico envolvem o que foi chamado ARTT e está relacionado a quatro características palpáveis: A- assimetria; R-range of motion; T- tissue changes e T- Tenderness.
Em um comentário recente, The ARTT of palpation? (Journal of Bodywork & Movement Therapies, 2012), Leon Chaitow tenta defender a seguinte ideia: "Studies regularly emerge that question the reliability of manual palpation and assessment methods (Robinson et al., 2009; Rajendran and Gallagher, 2011) e with, unsurprisingly, periodic acknowledgment that well-trained practitioners perform more accurately and reliably than novices (Snider et al., 2011; Bradley et al., 2010), and also that e sometimes e palpation methods are actually reliable (Myburgh et al., 2010; Arab et al., 2009)."
No entanto, uma série de estudos mostram que mesmo quando realizado por pessoas treinadas podem existir erros. Bengaard et al. (2012) demonstraram que dos 150 osteopatas profissionais que participaram do estudo, perto de 90% identificaram assimetria da espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) durante a avaliação utilizando um modelo de pelve fixo e estabilizado para ser completamente simétrico (Bengaard, K., Bogue, R.J., Crow, W.T., 2012. Reliability of diagnosis of somatic dysfunction among, osteopathic physicians and medical students. Katrine Bengaard, DO Osteopathic Family Physician (1), 2e7.).
Uma série de outros trabalhos também estão relacioandos à esse assunto.
Marino RV, Elkiss M. Maintenance and improvement of interobserver reliability of osteopathic palpatory tests. J Am Osteopath Assoc. 2011 Mar;111(3):141.
Stovall BA, Kumar S. Reliability of bony anatomic landmark asymmetry assessment in the lumbopelvic region: application to osteopathic medical education. J Am Osteopath Assoc. 201 Nov; 110(11): 667-74.
Schmid AB, Brunner F, Luomajoki H, Held U, Bachmann LM, Künzer S, Coppieters MW. Reliability of clinical tests to evaluate nerve function and mechanosensitivity of the upper limb peripheral nervous system. BMC Musculoskelet Disord. 2009 Jan 21;10:11.
E por aí vai... Então ainda ficamos na dúvida. É possível saber mesmo onde estamos com as mãos? E isso seria reprodutível?
Segue uma revisão de artigos sobre o assunto:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19421352
Lembro muito bem de uma conversa que tivemos um dia sobre a confiabilidade palpatória. Interessante esse text do Paul Ingraham que, como sempre, nos levanta questões polêmicas.
Acredito que não haja um consenso sobre a confiabilidade intra e inter examinadores pois os resultados de diversos estudos não são conclusivos. Muitos desses trabalhos envolvem as técnicas osteopáticas visto que uma parte do seu diagnóstico envolvem o que foi chamado ARTT e está relacionado a quatro características palpáveis: A- assimetria; R-range of motion; T- tissue changes e T- Tenderness.
Em um comentário recente, The ARTT of palpation? (Journal of Bodywork & Movement Therapies, 2012), Leon Chaitow tenta defender a seguinte ideia: "Studies regularly emerge that question the reliability of manual palpation and assessment methods (Robinson et al., 2009; Rajendran and Gallagher, 2011) e with, unsurprisingly, periodic acknowledgment that well-trained practitioners perform more accurately and reliably than novices (Snider et al., 2011; Bradley et al., 2010), and also that e sometimes e palpation methods are actually reliable (Myburgh et al., 2010; Arab et al., 2009)."
No entanto, uma série de estudos mostram que mesmo quando realizado por pessoas treinadas podem existir erros. Bengaard et al. (2012) demonstraram que dos 150 osteopatas profissionais que participaram do estudo, perto de 90% identificaram assimetria da espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) durante a avaliação utilizando um modelo de pelve fixo e estabilizado para ser completamente simétrico (Bengaard, K., Bogue, R.J., Crow, W.T., 2012. Reliability of diagnosis of somatic dysfunction among, osteopathic physicians and medical students. Katrine Bengaard, DO Osteopathic Family Physician (1), 2e7.).
Uma série de outros trabalhos também estão relacioandos à esse assunto.
Marino RV, Elkiss M. Maintenance and improvement of interobserver reliability of osteopathic palpatory tests. J Am Osteopath Assoc. 2011 Mar;111(3):141.
Stovall BA, Kumar S. Reliability of bony anatomic landmark asymmetry assessment in the lumbopelvic region: application to osteopathic medical education. J Am Osteopath Assoc. 201 Nov; 110(11): 667-74.
Schmid AB, Brunner F, Luomajoki H, Held U, Bachmann LM, Künzer S, Coppieters MW. Reliability of clinical tests to evaluate nerve function and mechanosensitivity of the upper limb peripheral nervous system. BMC Musculoskelet Disord. 2009 Jan 21;10:11.
E por aí vai... Então ainda ficamos na dúvida. É possível saber mesmo onde estamos com as mãos? E isso seria reprodutível?
Segue uma revisão de artigos sobre o assunto:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19421352
Há alguns anos na conferencia da ESO ( European School of Osteopathy ) em Maidstone , UK , participei de um workshop sobre palpação com o osteopata americano Brian Degenhardt do A.T. STILL Research Institute - Kirksville College of Osteopathic Medicine , USA e ele e seu grupo vinham tendo resultados confiáveis após treinamento específico e intensivo ( aprox. 8 meses ) . http://www.jaoa.org/content/105/10/465.full.pdf+html.
Como várias coisas nessa área, acho que palpação é uma ferramenta extremamente subjetiva e òbviamente sujeita a interpretações . O pior - não sei se pode ser ensinada universalmente. Sentir diferentes nuances de textura não é para todos e associar essas nuances a problemas, mais complicado ainda.
Como várias coisas nessa área, acho que palpação é uma ferramenta extremamente subjetiva e òbviamente sujeita a interpretações . O pior - não sei se pode ser ensinada universalmente. Sentir diferentes nuances de textura não é para todos e associar essas nuances a problemas, mais complicado ainda.
Olá Dan,
Algumas frase extraídas de uns textos podem resumir o que vc escreveu.
“The art of palpation requires discipline, time, patience and practice. To be most effective and productive, palpatory findings must be correlated with a knowledge of functional anatomy, physiology and pathophysiology. It is much easier to identify frank pathological states, a tumor for example, than to describe signs, symptoms, and palpatory findings that lead to or identify pathological mechanisms. Palpation with fingers and hands provides sensory information that the brain interprets as: temperature, texture, surface humidity, elasticity, turgor, tissue tension, thickness, shape, irritability, motion. To accomplish this task, it is necessary to teach the fingers to feel, think, see, and know. One feels through the palpating fingers on the patient; one sees the structures under the palpating fingers through a visual image based on knowledge of anatomy; one thinks what is normal and abnormal, and one knows with confidence acquired with practice that what is felt is real and accurate”
‘Palpation cannot be learned by reading or listening; it can only be learned by palpation’(Viola Frymann, 1963)
Algumas frase extraídas de uns textos podem resumir o que vc escreveu.
“The art of palpation requires discipline, time, patience and practice. To be most effective and productive, palpatory findings must be correlated with a knowledge of functional anatomy, physiology and pathophysiology. It is much easier to identify frank pathological states, a tumor for example, than to describe signs, symptoms, and palpatory findings that lead to or identify pathological mechanisms. Palpation with fingers and hands provides sensory information that the brain interprets as: temperature, texture, surface humidity, elasticity, turgor, tissue tension, thickness, shape, irritability, motion. To accomplish this task, it is necessary to teach the fingers to feel, think, see, and know. One feels through the palpating fingers on the patient; one sees the structures under the palpating fingers through a visual image based on knowledge of anatomy; one thinks what is normal and abnormal, and one knows with confidence acquired with practice that what is felt is real and accurate”
‘Palpation cannot be learned by reading or listening; it can only be learned by palpation’(Viola Frymann, 1963)
Concordo em genero, numero e grau com o texto postado Felipe.
Na minha opiniao a palpacao eh extremamente importante na vida de um fisioterapeuta, assim como do Osteopata, do Quiroprata...
O que nos difere? Os paradigmas nos quais nos apoiamos para justificar nossas intervencoes.
Osteos e Fisios estao um pouco mais proximos sobre esse ponto, quiros ainda muito focados no alinhamento perfeito, na simetria e nas teorias do Palmer do inicio do seculo passado.
Como justificar na clinica ou avaliar a sua acuracia palpatoria? Melhor, como avaliar as intervencoes no paciente baseadas em achados palpatorios? Com funcao!!
Acho que essa eh a chave, muitos quiros, osteos e fisios reavaliam as suas intervencoes com re-palpacao dos segmentos tratados que pode levar ao erro.
Uma vez que o profissional baseia a sua avaliacao e reavaliacao pos-intervencao em tarefas funcionais ou as inclui como parametro de comparacao ante e pos tratamento, os resultados dessa intervencao se tornam mais confiavies do que a simples re-palpacao de estruturas.
Concordam?
Na minha opiniao a palpacao eh extremamente importante na vida de um fisioterapeuta, assim como do Osteopata, do Quiroprata...
O que nos difere? Os paradigmas nos quais nos apoiamos para justificar nossas intervencoes.
Osteos e Fisios estao um pouco mais proximos sobre esse ponto, quiros ainda muito focados no alinhamento perfeito, na simetria e nas teorias do Palmer do inicio do seculo passado.
Como justificar na clinica ou avaliar a sua acuracia palpatoria? Melhor, como avaliar as intervencoes no paciente baseadas em achados palpatorios? Com funcao!!
Acho que essa eh a chave, muitos quiros, osteos e fisios reavaliam as suas intervencoes com re-palpacao dos segmentos tratados que pode levar ao erro.
Uma vez que o profissional baseia a sua avaliacao e reavaliacao pos-intervencao em tarefas funcionais ou as inclui como parametro de comparacao ante e pos tratamento, os resultados dessa intervencao se tornam mais confiavies do que a simples re-palpacao de estruturas.
Concordam?
acredito que a palpação tem sua grande utilidade em nos apontar aquelas alterações de textura tecidual que podem estar relacionadas às origens ou consequências de disfunções ou para nos indicar alterações de posicionamento de estruturas anatômicas que por si só podem não ter nenhum significado clínico ou funcional. Além do fato de auxiliar na localização dessas estruturas. A má notícia - é muito difícil e extremamente dependente de treinamento e habilidade , daí os muitos estudos depondo pela baixa confiabilidade nos desfechos.
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